Os pioneiros das Olimpíadas modernas

O ressurgimento dos Jogos Olímpicos se deu no século XIX, por iniciativa do francês Barão Pierre de Coubertin. Entretanto, para que isso acontecesse, uma série de iniciativas anteriores a do Barão tiveram que acontecer.

A primeira tentativa significativa de trazer de volta os antigos Jogos Olímpicos foi a L’Olympiade de la République, um festival olímpico nacional realizado anualmente de 1796 a 1798 em plena na França Revolucionária, com várias modalidades dos antigos Jogos Olímpicos Gregos.

Anos mais tarde, em 1850, o Dr. William Penny Brookes iniciou uma série de competições em Much Wenlock, Shropshire, Inglaterra, para trazer benefícios físicos aos locais. O que começou com o nome de Olympian Class, mais tarde, em 1859, passaria a se chamar Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock e estes jogos anuais continuam até hoje. A Sociedade Olímpica de Wenlock, sociedade que seria fundada oficialmente em 15 de novembro de 1860.

Dr. William P. Brookes. FOTO: wikipedia.org

Além dessas iniciativas realizadas pela Europa, a Grécia – berço dos Jogos – demonstrou grande interesse em reviver a Olímpiada. O primeiro acontecimento que permitiu esse movimento de retomada foi a Guerra de Independência da Grécia do Império Otomano, em 1821. Evangelis Zappas, um rico filantropo grego se prontificou a financiar o renascimento permanente dos Jogos Olímpicos, em 1856. Assim sendo, Zappas patrocinou, três anos mais tarde, jogos com participação de atletas da Grécia e do Império Otomano, que foram realizados na cidade de Atenas. Além disso, ele pagou pela restauração d o antigo Estádio Panathinaiko, para que pudesse acolher todos os futuros Jogos Olímpicos. E assim foi, em 1870 e em 1875.

O filantropo grego Zappas. FOTO: wikipedia.org

O intercambio entre esses dois eventos foi importantíssimo para o futuro das competições Olímpicas. Dr. Brookes conheceu os Jogos gregos e adotou os eventos do programa dos Jogos Olímpicos realizados em Atenas em 1859, nos Jogos Olímpicos de Wenlock.

Liverpool, também na Inglaterra, não ficou para trás. Seguindo a mesma onda, entre os anos de 1862 e 1867, a cidade realizou anualmente o Grand Olympic Festival, que solidificou conceitos importantes para a Olimpíada moderna, como o de todos os jogos serem amadores em sua natureza e o de terem dimensões internacionais. Idealizado por John Hulley e Melly Charles, o Grand Olympic Festival teve grande influencia sobre a primeira Olimpíada moderna, que seria realizada em Atenas, na Grécia, em 1896, tanto que o programa de competições de Atenas foi quase idêntico ao dos Jogos de Liverpool. Em meio a essa período de euforia esportiva, em 1865, foi fundada a primeira associação de grande porte voltada para o ideal olímpico, a Associação Nacional Olímpica em Liverpool, idealizada pelos anteriormente citados, John Hulley e Dr. Brookes, ao lado de E.G. Ravenstein. A Associação Nacional Olímpica de Liverpool foi a precursora da Associação Olímpica Britânica e seus artigos de fundação forneceram a estrutura para a Carta do Comitê Olímpico Internacional.

Finalmente chegamos ao pioneiro mais famoso. Em 1890, depois de assistir os Jogos Anuais da Sociedade Olímpica de Wenlock, o Barão Pierre de Coubertin se inspirou em fundar o Comitê Olímpico Internacional. Coubertin se baseou nas ideias e no trabalho de Brookes e Zappas com o objetivo de estabelecer rotação internacional aos Jogos Olímpicos e que ocorreriam a cada quatro anos. Pedagogo e esportista, o barão francês, ao apresentar suas  ideias de utilizar o esporte na educação e na formação do cidadão, encontrou apoio para organizar e fundar o COI, tendo como primeiro presidente o escritor grego Dimítrios Vikélas. Ele apresentou essas ideias de formato dos Jogos durante o primeiro Congresso Olímpico do recém-criado Comitê Olímpico Internacional, em reunião realizada de 16 a 23 junho de 1894, na Sorbonne, em Paris. No último dia do congresso, foi decidido que os primeiros Jogos Olímpicos, organizados pelo COI e de proporções internacionais, aconteceria dois anos mais tarde, em Atenas, na Grécia.

Estava iniciada uma nova era nas competições Olímpicas.

Os Jogos Olímpicos da antiguidade

A partir desta semana, o Start Sport começa a mergulhar na história dos Jogos Olímpicos. Serão uma série de posts sobre o evento e sobre a sua influência no esporte e na sociedade como um todo. Nada melhor do que começar mostrando a origem de tudo.

A inspiração para a realização dos Jogos Olímpicos veio das competições realizadas na Grécia antiga, do século VIII a.C. ao século V d.C., onde várias cidades-estados enviavam seus representantes para competir em eventos atléticos, lutas e corridas de bigas. Os gregos explicam o surgimento dessas competições com a mitologia, onde Héracles (ou Hércules), filho de Zeus, teria sido o primeiro a chamar os Jogos de “Olímpicos” e aquele que estabeleceu seu período como sendo de a cada quatro anos.  Héracles teria construído o estádio Olímpico após ter completado seus doze trabalhos, como uma honra a Zeus. Outro mito associa os primeiros Jogos com o antigo conceito grego de trégua olímpica, quando os combates em andamento paravam para a realização dos jogos.

O Estádio de Olímpia, sede dos jogos da antiguidade. FOTO: wikipedia.org

A data mais aceita para o início dos Jogos Olímpicos antigos é 776 a.C., que é baseada em inscrições encontradas em Olímpia, berço dos jogos, que tratavam dos vencedores de uma corrida a pé realizada a cada quatro anos a partir de 776 a.C. Os Jogos Antigos tiveram provas de corrida, pentatlo (que consiste em um evento de saltos, lançamento de disco e dardo, uma corrida a pé e luta), boxe, luta livre e eventos equestres. Como forma de honraria, os vencedores das provas foram admirados e imortalizados em poemas e estátuas, mas nem todos os cidadãos podiam participar.  Apenas os cidadãos livres, do sexo masculino e que estivessem inscritos para a competição podiam participar dos Jogos. Os atletas treinavam em suas cidades de origem durante os quatro anos que separavam os Jogos Olímpicos e a 60 dias dos Jogos, se reuniam na cidade de Elis, para dedicarem-se à sua preparação física.

Representação de atletas em competição. FOTO: COI (www.olympic.org)

O papel religioso das Olimpíadas merece destaque, pois os eventos esportivos eram celebrados – termo adotado à época – ao lado de rituais de sacrifício em honra a Zeus e Pélope, herói divino e rei mítico de Olímpia. Alem disso, os Jogos passaram a ser utilizados pelos gregos como unidade de medição de tempo, com base no período da Olimpíada, correspondente aos quatro anos entre os jogos.

O apogeu dos Jogos Olímpicos da antiguidade se deu entre os séculos VI e V a.C., entrando em declínio posteriormente, perdendo gradualmente sua importância com a expansão do cristianismo, cada vez mais consolidado no Império Romano, que dominava a Grécia desde 144 a.C. Por reprovar o culto aos esportes “pagãos” e a adoração do fogo sagrado que era acesso em Olímpia durante as celebrações,  os cristãos romanos passaram a condenar os Jogos. Apesar de não haver consenso sobre quando os Jogos terminaram oficialmente, a data mais aceita é 393 d.C., quando o imperador Teodósio I impôs o fim de todas as práticas e cultos tidos como pagãos. Mais tarde, em 426 d.C., Teodósio II ordenou a destruição de todos os templos gregos.

Era o fim dos Jogos Olímpicos da antiguidade e o começo de um grande período sem competições que duraria até o final do século XIX, quando elas voltariam com tudo. Mas isso já é assunto para um outro post. Por enquanto, vamos com algumas curiosidades dos Jogos Olímpicos da Antiguidade:

Com superioridade alemães eliminam gregos e chegam com tudo na semi

Definitivamente favoritos. Com ataque reserva (deixando o goleador Super Mario no banco) os alemães mostraram que estão sobrando na Euro 2012 e passaram pelos gregos com uma goleada de 4×2, assegurando sua vaga nas semi-finais. A antes pragmática seleção alemã vem se mostrando ágil e de boa movimentação, com boas opções de jogadas e com jogadores eficiente em quase todas as posições. Joga de forma objetiva e, como mostrou contra a Grécia, não se abala quando sofre um revés durante a partida.

Já era mais do que esperada a classificação alemã e até mesmo a goleada. Mas a Grécia, pelo seu recente histórico de zebra, sempre deixa uma pulga atrás da orelha de qualquer um. A sacada de Low em colocar seu time com um ataque mais leve e rápido, com Schürrle, Reus e Klose, foi decisiva para vencer a retranca grega, preparada para marcar a partida inteira, ainda mais sem seu capitão Karagounis, e aproveitar um contra-ataque para tentar um gol.

Nem um pouco intimidada com o ferrolho grego, a Alemanha foi com tudo ao ataque. Teve um gol anulado por impedimento aos 3 minutos, quando Klose, adiantado, conferiu para a rede o rebote do chute de Khedira. Dois minutos mais tarde, o próprio Khedira chutaria por cima e um pouco depois Reus perderia uma chance. Era um legítimo ataque contra defesa, com 70% de posse alemã. Aos 22, Sifakis operou grande defesa em chute de Özil e, um minuto depois, viu klose chegar um milésimo depois do chute cruzado de Reus, que passou na frente do gol.

Os gregos esperavam um erro alemão, que só ocorreu uma vez no primeiro tempo, aos 31, quando Ninis recebeu lançamento e bateu colocado para grande intervenção de Neuer. Os alemães notaram o perigo e trataram logo de marcar. Como invadir a área era difícil, Lahm cortou para o meio e soltou uma bomba de fora da área, aos 38, e fez 1 a 0 para os germânicos, que foram para o intervalo com a vantagem.

No segundo tempo, a Alemanha vacilou logo no começo e viu a zebra grega dar as caras. Num contra-ataque veloz, Salpingidis recebeu lançamento na direita e cruzou para o gol do centroavante Samaras. Parecia que a Grécia ia aprontar de novo. Entretanto, os alemães logo assumiram o controle da partida e dominaram completamente as ações ofensivas. A virada foi inevitável. Aos 15, Khedira marcou um golaço de sem-pulo, após cruzamento de Boateng. Aos 22, Özil cobrou falta na cabeça de Klose e o veterano goleador marcou o terceiro. Atordoados os gregos tentaram se situar no jogo, mas já era tarde. Aos 28, Klose bateu na saída de Sifakis, que defendeu milagrosamente, mas no rebote, o chute de primeira de Reus morreu nas redes gregas.  Só não foi mais porque, aos 35,  Sifakis impediu um golaço de Özil. Aos 43, Boateng colocou a mão na bola dentro da área e deu a chance dos gregos marcarem dois gols na mesma partida pela primeira vez no ano. Salpingidis não desperdiçou e bateu a penalidade deslocando Neuer e fechando o placar.

Como na economia, os gregos estão na pior, mas méritos ao técnico português Fernando Santos, que conseguiu levar as quartas-de-final um time que mal consegue marcar dois gols num jogo e depende excessivamente de sua defesa. Tudo conforme o esperado e a Alemanha chega as semi-finais com um recorde de 15 vitórias seguidas em jogos oficiais e, pela primeira vez, vencendo quatro jogos consecutivos na Euro. Com tudo isso, hoje os alemães podem comemorar sua melhor seleção dos últimos tempos.

Festa de jogadores e torcida alemã. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

Salpingidas encerra com dignidade a participação grega. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

Reus marca o quarto gol alemão. Foto: Getty Images (uefa.com)

Gol de cabeça do veterano Klose. Foto: Getty Images (uefa.com)

Golaço de Khedira. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

Samaras da susto nos alemães. Foto: Getty Images (uefa.com)

Lahn abre o placar com belo chute de fora da área. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

ALEMANHA 4 X 2 GRÉCIA

ALEMANHA: Neuer; Boateng, Hummels, Badstuber e Lahm; Khedira, Schweinsteiger, Ozil, Schürrle (Müller) e Reus (Götze); Klose (Gomez). Técnico: Joachim Löw.

GRÉCIA: Sifakis; Torosidis, Papadopoulos, Sokratis e Tzavellas (Fotakis); Makos (Liberopoulos), Maniatis e Katsouranis; Ninis (Gekas), Salpingidis e Samaras. Técnico: Fernando Santos.

GOLS: Lahm, aos 39  do 1º tempo; Samaras, aos 9, Khedira, aos 15, Klose, aos 21, Reus, aos 28 e Salpingidis, aos 43 minutos do 2º tempo

Cartões amarelos: Sokratis e Samaras (Grécia)

Árbitro: Damir Skomina (Eslovênia). Auxiliares: Primoz Arhar (Eslovênia) e Matej Zunic (Eslovênia).

Local: Arena Gdansk, em Gdansk (Polônia)

Balanço da primeira fase da Euro 2012

Vão começar as quartas de final da Euro 2012 e , para aquecer para os mata-matas, vamos fazer uma análise da primeira fase da competição. De grandes decepções a surpresas que nem mais otimista esperava. Foi assim a primeira fase da Euro 2012.

A grande decepção da primeira fas da Euro foi sem dúvida a Holanda, que chegou como uma das possíveis equipes que fariam frente aos favoritos Alemanha e Espanha, mas acabou amargando a segunda pior campanha da competição, com três derrotas e um caminhão de problemas no vestiário. De mãos dadas com atuais vice campeões mundiais, ficaram os russos. Longe de protagonizarem o mesmo vexame da Laranja Mecânica, os russos começaram dando show e empolgando a todos com um bom futebol, mas na última rodada e, num grupo embolado, acabaram sendo eliminados prematuramente. Fechando o grupo das decepções está a Suécia, de quem se esperava pelo menos que complicasse o grupo D, mas que não foi nem de longe a pedra no sapato de outras competições. Coube ao apagado Ibrahimovic brilhar apenas no último jogo contra os franceses, depois de sua seleção já estar prontamente eliminada. A fraca porém eficiente seleção tcheca passou com um dos seus piores elencos em competições internacionais. A reboque trouxeram a Grécia. Ah, a Grécia… Os gregos voltaram a executar bem o seu papel de zebra, jogando um futebol ruim, mas com bom papel defensivo. Entretanto não mostra nem de longe o brilho da seleção de 2004, tão zebra quanto esta, porém com mais qualidade técnica.

A Itália nunca deixa de ser a Itália. Joga mal, faz a torcida passar um aperto, sofre muito e se classifica. É eficientíssima na defesa e ataca com qualidade, sendo sempre perigosa. Entre as favoritas antes da competição, somente a Alemanha demonstrou em campo a sua superioridade, com o 100% de aproveitamento, apesar de não demonstrar um futebol empolgante. Já a Espanha fez o mesmo jogo da Copa do Mundo de 2010. Fez um bom jogo contra a Irlanda (a pior de todas as seleções participantes), empatou com a Itália, mas venceu a Croácia jogando um futebol que chegava a ser entediante em alguns momentos. A França foi bem nas duas primeiras partidas, e mostrou que poderia praticar um bom futebol. Perdeu para a Suécia na última rodada, e uma invencibilidade de 23 jogos, o que vez o vestiário ferver e pode complicar para a próxima fase. Já a Inglaterra, que chegou como zebra, fez bem o seu papel. Fez um jogo consistente contra os franceses, venceu bem a Suécia e passou pela Ucrânia. Os ingleses superaram as expectativas na primeira fase, e talvez possam fazer mais. Por fim, os donos da casa foram no embalo da torcida, com futebol limitado é bem verdade, mas com determinação e amor a camisa. Jogaram relativamente mas não o suficiente. A Polônia esbarrou em sua dificuldade em fazer gols e a Ucrânia ainda vai reclamar por um bom tempo o gol não validado contra a Inglaterra.

Entre as estrelas, o principal destaque foi Mario Gomez. O “Super Mario” chegou para ser o goleador da Alemanda e cumpriu prontamente a função, com três gols marcados na primeira fase. Mesmo sem muita técnica, o alemão de origem espanhola vem sendo a principal referência ofensiva do time germânico. A melhora de rendimento de Cristiano Ronaldo durante a competição também deve ser destacada. Na estréia de Portugal contra a Alemanha, Ronaldo foi apagado, contra a Dinamarca o astro português perdeu chances claras, mas na partida contra a Holanda ele jogou como no Real Madrid, marcou dois gols e foi decisivo. Xavi e Iniesta seguem discretos na Espanha, mas jogando para o gasto e com foco no coletivo, mesmo sem aparecer muito seguem primordiais para a Fúria. Robben foi a grande decepção assim como a Holanda, que não apresentou futebol consistente sequer para passar de fase. Ibra caiu com a Suécia, mas fez da sua última partida um jogo a altura de seu grande futebol. Shevichenko poder ter tido seu grande ato final pela Ucrânia, mostrando que mesmo em fim de carreira, continua decisivo e goleador. Além disso, dá para montar um time só com bons nomes que ficaram na primeira fase, dentre eles o excelente goleiro Given (Irlanda), o habilidoso meia Modric (Croácia); e os atacantes Lewandowski (Polônia), Kerzhakov (Rússia) e Mandžukić (Croácia).

No fim das contas o grande exemplo acabou vinda das torcidas. Principalmente a da Irlanda, que fizeram dos estádios grande pubs repletos de festa, coreografias e muita alegria. Vitória? Quem precisa dela? Para os irlandeses bastavam estar junto de sua seleção. E Euro é isso: festa. Que os duendes irlandeses sirvam de exemplo para torcidas racistas, briguentas e intolerantes, que se negam a enterder o que realmente é bacana no futebol.

Robben e a Holanda afundaram na Euro 2012. FOTO: deolho-nolance.blogspot

Festa irlandesa nas arquibancadas. FOTO: Reuters (sportv.com)

Gregos surpreendem novamente e avançam à segunda fase

A Grécia venceu a Rússia, até então a sensação do Grupo A, por 1 x 0 e conquistou a vaga para a segunda fase da Eurocopa 2012.

Repetindo a tática que consagrou o futebol grego com o título da Euro 2004, os gregos conseguiram suportar a pressão Russa, que tem uma seleção muito mais qualificada tecnicamente.

Com a maioria da torcida presente no estádio de Vasóvia, os Russos começaram pressionando o ferrolho grego. Logo aos 10 minutos, Arshavin completou cruzamento de Dzagoev para defesa de Sifakis.

Os russos pressionaram durante todo o primeiro tempo mas não conseguiram marcar. No final da primeira etapa, na única jogada ofensiva de perigo dos gregos, o capitão do time Karagounis aproveitou sobra da defesa russa, invadiu a área sozinho e marcou o gol grego.

Na volta para a segunda etapa, os gregos mantiveram a tática inicial. Já Dick Advocaat, treinador russo, lançou Pavlyuchenko no lugar de Kerzhakov.

O jogo permaneceu igual à primeira etapa: a Rússia atacando e a Grécia se defendendo. Aos quinze minutos, Karagounis recebeu cartão  amarelo e está suspenso da próxima partida da Grécia.

Com o então empate em 0 x 0 entre poloneses e tchecos no outro jogo do grupo, os russos estariam classificados mesmo com a derrota. Quando os  Tchecos abriram o placar contra a Polônia, Advocaat trocou Glushakov por Pogrebnyak para aumentar o poder de fogo da equipe, mas o ferrolho grego continuou soberano.

Os Gregos agora irão enfrentar o primeiro colocado no Grupo B, que possivelmente será a Alemanha. Já os Russos, que começaram a competição voando ao golear os Tchecos por 4 x 1, acabaram eliminados de maneira supreendente.

A chance dos Gregos contra a Alemanha, ou até mesmo Dinamarca ou Portugal, que também podem se classificar em primeiro lugar no Grupo B, são pequenas, já que as outras equipes são mais qualificadas tecnicamente. Porém esse cenário é o preferido desta geração  grega, já que sempre que são pintados como azarões, eles sempre arranjam um jeito de se superar na defesa e arrancar vitórias improváveis.

Sifakis corta jogada de Zhirkov. Foto: Getty Images

Karagounis arremata para marcar. Foto: Getty Images

Karagounis comemora o gol grego. Foto: Getty Images

Goleiro Sifakis salta para a defesa. Foto: Getty Images

GRÉCIA 1 x 0 RÚSSIA

Grécia: Sifakis; Maniatis, Tzavellas, Papadopoulos e Torossidis; Papastathopoulos, Karagounis (Makos), Katsouranis e Samaras; Salpingidis (Ninis) e Gekas (Holebas). Téc: Fernando Santos

Rússia: Malafeev; Anyukov (Izmailov), Ignasevich, Zhirkov e Berezutski; Shirokov, Denisov, Dzagoev e Glushakov (Pogrebnyak); Arshavin e Kerzhakov (Pavlyuchenko). Téc: Dick Advocaat.

Gol: Karagounis, aos 47 minutos do primeiro tempo.

Amarelos:  Karagounis (GRE); Anyukov, Zhirkov, Dzagoev (RUS).

Árbitro:Jonas Eriksson (SUE). Auxiliares: Stefan Wittberg (SUE) e Mathias Klasenius (SUE) .

Estádio: Nacional, em Varsóvia (Polônia).

Rep. Tcheca tropeça em seus erros mas vence a Grécia

O público de Breslávia, na Polônia, não presenciou uma exibição de gala, mas teve um jogo razoavelmente disputado. A Rep. Tcheca se recuperou da surra que levou da Rússia na primeira rodada e comemorou sua primeira vitória na Euro 2012 contra um Grécia esforçada, mas ainda cheia de erros.

Os tchecos entraram fulminantes na partida e logo nos cinco primeiros minutos marcaram duas vezes. Jiracek, aos dois minutos, bateu na saída do goleiro e abriu o marcador. Aos cinco, em jogada pela direita Selassie cruzou, contou com uma ajuda do goleiro Chalkias, e encontrou Pilar na pequena área para completar pro gol. Atordoados os gregos se viram em péssima situação e, para piorar, perderam seu goleiro Chalkias, que saiu de campo aos 23 minutos sentindo lesão.

A Rep. Tcheca exercia forte de marcação sobre os gregos e ainda levava perigo nas poucas saídas, sendo que, em uma Rosicky chutou no canto para grande intervenção de Sifakis, que acabara de assumir o gol grego. No final da primeira etapa, a Grécia deu sinais de vida e, em uma jogada pela ponta, Fotakis desviou cruzando de cabeça e marcou para os gregos. O gol foi corretamente anulado devido ao impedimento do jogador.

A Grécia, voltou mais ofensiva para a etapa final, mas com a mesma desorganização. Entretanto, aos 7 minutos, num cruzamento mal feito vindo da intermediária, Peter Cech falhou de forma bizarra, trombando com Sikov e soltando a bola nos pés de Gekas. O grego havia acabado de entrar e não dispensou o presente,  empurrando para o gol vazio.

A equipe do técnico português Fernando Santos, se lançou ao ataque para empatar a partida mas, apesar do erro de seu experiente goleiro, a República Tcheca manteve-se firme na defesa e não cedeu à pressão grega, que dominou a partida a partir de então. Apesar da insistência, os gregos não conseguiam criar chances claras e o sistema defensivo tcheco mostrou-se atento e cozinharam a reação do adversário, até que tempo se esgotou e junto com ele a empolgação grega.

Os tchecos voltam pra briga no grupo A e complicam a Grécia, que agora vai ter que jogar tudo o que não jogou na última partida para conseguir a classificação. Diferente da semi final da Euro 2004, quando a zebra grega deu as caras, dessa vez foram os tchecos que comemoraram.

Logo no início Jiracek abre o placar para a Rep. Tcheca. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

Pilar aproveita falha grega para marcar o segundo. Foto: Getty images (uefa.com)

Cech falha e permite gol de Gekas. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

Jogadores tchecos comemoram a vitória com a torcida. Foto: Getty Images (uefa.com)

Frustração grega. Foto: AFP/Getty Images (uefa.com)

GRÉCIA 1X2 REP. TCHECA

GRÉCIA: Chalkias (Sifakis); Torossidis, Papadopoulos, Katsouranis e Holebas; Fotakis (Gekas), Maniatis e Karagounis; Salpingidis, Samaras e Fortounis. Téc: Fernando Santos

REP. TCHECA: Cech; Gebre Selassie, Sivok, Kadlec e Limberský; Hubschman, Plasil e Rosicky (Kolaf); Pilaf, Jiracek e Baros (Pekhart). Téc: Michal Bilek

Gols: Jiracek, aos 2, e Pilar, aos 4 min. do 1º tempo; E Gekas, aos 8 do 2º tempo.

Cartões Amarelos: Papadopoulos, Torossidis e Salpingidis (GRE); Jiracek, Kolaf e Rosicky (CZE).

Estádio: Municipal de Breslávia, na Polônia.

Árbitro:Stéphane Lannoy (França). Auxiliares: Frédéric Cano (FRA) e Michael Annonier (FRA).

Goleiro polonês sai do banco e se torna herói do jogo

A Euro 2012 começou em grande estilo. É difícil imaginar uma grande partida envolvendo Polônia e Grécia, se levarmos em conta apenas a pouca tradição das seleções, mas essa partida em especial foi diferente. O caldeirão de Varsóvia ferveu no empate entre as duas equipes, que teve muita emoção e um herói inesperado.

Os donos da casa partiram pra cima impulsionados pelo coro da sua torcida e criaram boas chances no início do jogo. Os dezoito minutos iniciais foram de pressão polonesa, culminando em gol quando a dupla do Borussia Dortmund entrou em ação, com cruzamento Kuba para Lewandowski cabecear para o gol, aproveitando saída errada de Chalkias.

Grécia mantinha mais posse de bola, mas não levava perigo, ao contrário da Polônia que continuou criando boas chances. Não bastasse a superiodade, aos 44, o juiz espanhol Carlos Velasco Carballo expulsou o zagueiro grego Papastathopoulos depois que Murawski escorregou e se jogou na frente defensor. O segundo amarelo e a expulsão somaram-se a uma reclamação de pênalti, inexistente, a favor da Grécia, aos 46, levando ao fim de primeiro tempo tenso.

Na segunda etapa, a Polônia tirou o pé e, mesmo com um a mais, logo aos seis minutos, sofreu o empate. Após cruzamento do lateral-direito Torossidis, o goleiro Szczesny, do Arsenal, se atrapalhou com o zagueiro Wasilewski e a bola sobrou para Salpingids, que acabara de entrar, finalizar para o gol vazio e silenciar o Estádio Nacional de Varsóvia.

O choque foi sentido e, mesmo ainda dominando o jogo, os poloneses começaram a sofrer com os ataques gregos. Num deles, aos 24, Salpingidis entrou livre, tirou de Szczesny e foi derrubado pelo goleiro, que nem discutiu a penalidade ou sua expulsão. Ninguém imaginava que surgiria do banco o herói polonês. O goleiro reserva Tyton entrou e defendeu o pênalti cobrado por Karagounis, para festa da torcida.

Não houve mais gol, apesar das tentativas de ambas as equipes. Mas nem precisava. O jogo de abertura da Euro já teve emoção de sobra, foi um ótimo aperitivo para a competição equilibrada que se esperava e, de quebra, já coroou seu primeiro herói.

Lewandowski comemora o primeiro gol da Euro 2012. Foto: getty images (uefa.com)

Salpingidis aproveita falha de Szczęsny para empatar. Foto: AFP/gettyimages (uefa.com)

o reserva Tyton salta para defender o pênalti. Foto: cyfrasport (uefa.com)

Polônia 1×1 Grécia
Polônia: Szczęsny, Piszczek, Wasilewski, Perquis e Boenisch; Polanski, Murawski, Rybus (Tytoń), Obraniak e Kuba; Lewandowski. Técnico: Franciszek Smuda
Grécia: Chalkias, Torossidis, Papastathopoulos, A. Papadopoulos (K. Papadopoulos) e Holebas; Maniatis, Karagounis e Katsouranis; Ninis (Salpingidis), Samaras e Gekas (Fortounis). Técnico: Fernando Santos
Gols: Lewandowski, aos 17 min do 1ª tempo e Salpingidis, aos 6 min do 2º tempo.
Cartões amarelos: Papastathopoulos, Holebas, Karagounis (Grécia).
Cartões vermelho: Papastathopoulos (Grécia); Szczęsny (Polônia).
Estádio: Nacional de Varsóvia (Polônia). Árbitro: Carlos Velasco Carballo (Espanha). Público: 56.070.