Viradas históricas e uma zebra não tão menos histórica

As quartas-de-final do Mundial de Futsal reservaram jogos épicos para o público tailandês e de todo o mundo. Foram quatro grandes partidas, com viradas históricas e a confirmação de um grande zebra.

No primeiro clássico do dia Brasil e Argentina protagonizaram um duelo de gigantes. Os Argentinos terminaram o primeiro tempo a frente por 2×0, gols de  Rescia e Borruto, mas o Brasil correu atrás e empatou o jogo com gols de Neto e Falcão. Por falar no melhor jogador do mundo, ele seria o herói da partida. Recuperado da lesão na primeira partida e jogando com uma paralisia facial, provocada por stress, o camisa 12 do Brasil faria também o gol da virada e da classificação na prorrogação, despachando os hermanos de volta para casa.

Na semi-final o Brasil enfrentará a Colômbia, que já se prontifica a ser a maior zebra da história dos mundiais. Após eliminar de forma surpreendente o Irã nas oitavas, dessa vez a vítima foi a Ucrânia, que perdeu por 3×1, gols de Reyes, Angellot e Abril, com Ovsiannikov descontando. A campanha da estreante Colômbia já a prontifica a ser uma adversária difícil para os brasileiros.

Enquanto isso, do lado europeu do mata-mata, duas partidas memoráveis. A Espanha saiu perdendo para a Rússia mas virou a partida e venceu por 3×2 com gols de Ortiz, Fernandão e Lozano, com Cirilo e Alemão (contra), anotando para os russos. O  jogo foi equilibradíssimo e teve como destaque o goleiro espanhol Juanjo, que operou uma série de defesas fantásticas, parando o poderosos ataque russo.

A Fúria bi-campeã mundial enfrenta a Itália que sofreu muito, mas virou sobre Portugal e venceu por 4×3, de forma tão incrível quanto o Brasil. A Azurra, depois de ir para intervalo perdendo por 3 a 0, com três gols de Ricardinho (melhor entre os portugueses), conseguiu o empate no segundo tempo, com gols de Saad, Gabriel Lima, Rodolfo Fortino. Na prorrogação brilhou a estrela do brasileiro Humberto Hono

rio que marcou o gol que decretou a classificação à semifinal, contra a Espanha.

Serão duas partidas incríveis nas semi-finais. Espanha x Itália, reeditando a final do mundial de 2004, e Brasil x Colômbia, a menos provável das partidas, que, por coincidência, foi apenas a disputa de 3º lugar das Eliminatórias Sul-Americanas. Se vai haver alguma renovação no mundo do futsal, a Colômbia desponta como a principal delas. Vamos esperar pelo melhor do futsal nessa reta final.

O brasileiro Honorio faz gol da vitória da Itália na prorrogação. FOTO: Getty Images / Fifa

Mesmo com paralisia facial, Falcão é herói da vitória brasileira. FOTO: Getty Images / Fifa

Espanhóis comemoram vitória com grande atuação de Juanjo. FOTO: Getty Images / Fifa

Colômbia segue surpreendendo e já é uma das quatro melhores da competição. FOTO: Getty Images / Fifa

Sete favoritos e uma zebra se classificam no Mundial de Futsal

As oitavas de final do Mundial de Futsal mostraram a supremacia das grandes potências do esporte, uma vez que sete dos oito favoritos ao título se classificaram para as quartas-de-final. A única surpresa das oitavas, e bota surpresa nisso, foi a classificação colombiana.

A Colômbia chegou ao Mundial como a maior surpresa das Eliminatórias Sul-Americanas, conseguiu uma histórica vitória por 2 a 1 sobre a temida seleção iraniana, com gols de Yefri Duque e Angellot, com Rahnama descontando. Enquanto a Colômbia, estreante em mundiais, se classificou com apenas uma vitória no grupo F, depois de um desempate com Ilhas Salomão e Guatemala, o Irã passou em segundo no grupo B, empatado em número de pontos com a favoritíssima Espanha. O feito do time sul-americano foi pra lá de grandioso.

Sem dar sopa para o azar, os dois maiores favoritos, Brasil e Espanha, atropelaram. Os espanhóis atropelaram os anfitriões e golearam por 7×1 a seleção da Tailândia. Já o Brasil massacrou o fraco time do Panamá com sonoros 16×0. O destaque ficou por conta da volta de Falcão, que marcou um gol e causou a expulsão de dois jogadores com suas jogadas de efeito.

Nas duas partidas mais equilibradas das oitavas, a Argentina confirmou seu favoritismo vencendo a Sérvia por 2×1 e Portugal, do goleador Cardinal (tido como o Cristiano Ronaldo das quadras), venceu o perigoso time do Paraguai por 4×1. Outros três favoritos chegaram sem problemas à próxima fase: a Ucrânia, ao vencer o esforçado time do Japão por 6×3; a Itália, ao golear o Egito por 5×1; e a Rússia, que fez 3×0 na Rep. Tcheca.

O Mundial vai afunilando e agora restam apenas oito seleções, que prometem protagonizar partidas histórias nas quartas-de-final. Portugal enfrenta a Itália, do brasileiro Saad. A zebra da competição, a Colômbia, enfrenta a eficiente seleção ucraniana. Brasil e Argentina fazem o super-clássico sul-americano, colocando em quadra toda a rivalidade das duas maiores seleções do continente. E por fim, reeditando a final da última Eurocopa de Futsal, Espanha x Rússia, as duas maiores seleções do velho continente. Preparem-se para o melhor do futsal.

Falcão marca em goleada e iguala a marca de maior artilheiro da história das seleções brasileiras. FOTO: Getty Images

Jogadores da Ucrânia comemoram vitória sobre o Japão. FOTO: Getty Images/Fifa

Espanha atropela Tailândia sob o comando de Torras. FOTOS: Getty Images/Fifa

Portugal de Cardinal, CR7 das quadras, vence jogo difícil contra o Paraguai. FOTO: Getty Images/Fifa

Saad comanda o ataque italiano na vitória sobre o Egito. FOTO: Getty Images/Fifa

Colômbia elimina o Irã e se torna a grande zebra em sua estreia em mundiais. FOTO: Getty Images/Fifa

Rússia elimina Rep. Tcheca e fará clássico europeu com a Espanha. FOTO: Getty Images/Fifa

Argentina supera jogo difícil com a Sérvia e enfrenta o Brasil nas quartas. FOTO: Getty Images/Fifa

Sem grandes surpresas e com alguns sustos: o melhor da primeira fase do mundial de futsal

No último post sobre o mundial de futsal falamos de renovação. Parece que essa não é a palavra vigente no mundo do futsal. Os favoritos se classificaram para as oitavas de final sem grandes problemas, mas não sem passar por alguns sustos.

No grupo A, foi um dos que teve mais equilíbrio, terminando com a classificação de Ucrânia, Paraguai e Tailândia. A Ucrânia levou a liderança com 7 pontos, mostrando a mesma aplicação tática do último mundial. Os paraguaios tropeçaram frente às Costa Rica e quase se complicaram, mas com a vitória suada por 3×2 sobre os donos da casa garantiram o segundo lugar. Mesmo com a derrota, a Tailândia garantiu uma vaga no saldo de gols, deixando de fora a esforçada seleção costa-riquenha.

O favoritismo de Espanha e Irã no grupo B se comprovou com clareza, com as duas equipes empatando em 7 pontos e a Espanha liderando pelo saldo de gols. Depois de empatarem por 2×2 na primeira rodada, num grande jogo, ambos venceram seus dois jogos, com a Espanha se destacando por ter um ataque mais positivo. O Panamá levou uma das vagas para os terceiros colocados, devido a goleada na primeira rodada e por fazer uma bela partida contra o Irã, garantindo-se no saldo.

O Brasil reinou soberano no grupo C, com três vitórias e uma goleada acachapante sobre a Líbia, mostrando que não se abalou com a perda da sua maior estrela, Falcão, lesionado contra o Japão. Talvez o time japonês, veterano Kazu, tenha sido o grande destaque na primeira fase, empatando com Portugal e garantindo classificação juntamente com os lusos. A Líbia, que deu dor de cabeça no último mundial, foi o saco de pancadas do grupo.

No grupo D, a mais brasileira das seleções estrangeiras, a Itália, venceu seus três jogos e dominou o grupo. Logo depois veio a Argentina, fez um jogo duro contra a Itália e derrotou mexicanos e australianos sem maiores dificuldades. A baixa ficou por conta do jogador Lucuix, que fraturou a tíbia e a fíbula na partida contra a Austrália, ficando fora do restante do mundial. Austrália e México foram meros coadjuvantes.

Num grupo fraco tecnicamente, Sérvia, República Tcheca e Egito se embolaram e acabaram classificados para a próxima fase no Grupo E. A Sérvia cumpriu o que se esperava dela, vencendo Egito e Kuwait, fechando com um empate contra os tchecos. Esses últimos viveram perigosamente, vencendo o fraco Kuwait com dificuldade e levando uma goleada dos egípcios, que tinham tudo para ficar em segundo, mas conseguiram a façanha de perder para o Kuwait, classificando em terceiro por critérios de desempate.

A melhor campanha da primeira fase foi da Rússia, que destoou demais das outras equipes do grupo F. Foram duas goleada sobre Ilhas Salomão e Guatemala, fechando com uma vitória sobre a Colômbia, que lhe deram o posto de melhor ataque (27 gols marcados) e melhor defesa (nenhum gol sofrido). A Colômbia se classificou em segundo com apenas três pontos, por ter perdido para a fraca Guatemala e goleada as Ilhas Salomão. A vaga veio por não ter sido goleada pelos russos. A grande zebra ficou por conta da vitória das Ilhas Salomão sobre a Guatemala, a primeira da equipe da Oceania na história dos mundiais, que impediu a classificação dada como certa pelos guatemaltecos.

Mundial de Futsal começa com o Brasil em busca de renovação

Faz um bom tempo que quando falamos em futsal no Brasil, o nome que vem a cabeça é o de Falcão, notadamente o melhor do mundo e um verdadeiro gênio das quadras. Mas como tudo passa, fica claro que a seleção precisa se renovar e criar novos ídolos, já que Falcão, com 35 anos, provavelmente não deve jogar outro mundial. O torneio deveria ser usado como ponto de partida para uma renovação, certo? Bom, não é tão simples assim…

É bem verdade que a equipe de hoje tem apenas 6 remanescentes do título em casa, quatro anos atrás, mas a média de idade está na casa de 30 anos e Falcão continua como o único ídolo da equipe. O que preocupa mais é que nas eliminatórias o Brasil tropeçou e passou apenas em terceiro, ao ser eliminado pelo Paraguai nas semifinais. O time ainda não tem uma cara tão definida como em outrora. Cabe ressaltar que sua arqui-rival Espanha se renovou e, com apenas cinco atletas do grupo que foi vice-campeão no Rio de Janeiro, a equipe de Venancio Lopez está invicta, em se tratando de bola rolando, há sete anos, ou 108 jogos (derrota para o Brasil no último Mundial veio nos pênaltis). Fora isso, Argentina, Paraguai, Portugal, Ucrânia, Itália e Irã prometem dar trabalho. É bom o Brasil abrir o olho…

PRIMEIRA RODADA

A primeira rodada do Mundial na Tailândia teve bons jogos e algumas surpresas.

Pelo grupo A, os donos da casa venceram por 3×1 a Costa Rica e, no jogo dos favoritos do grupo, um empolgante empate em 3×3 entre Paraguai e Ucrânia.

No grupo B, a Espanha não teve vida fácil contra o Irã. Abriu 2×0 no primeiro tempo, mas sofreu o empate no segundo tempo. O jogo foi equilibrado e as duas seleções devem estar na briga pelo título. A liderança do grupo ficou com o Panamá, que atropelou o Marrocos com uma goleada de 8×3.

Pelo grupo C o Brasil derrotou o Japão por 4×1, com amplo domínio da partida. O destaque positivo foi a participação do japonês Kazu, ídolo do futebol de seu país nas décadas de 80 e 90, que disputa seu primeiro mundial aos 45 anos. O negativo, foi a lesão de Falcão, que coloca em risco sua participação no Mundial, apesar de não tirá-lo da competição. No outro jogo do grupo, Portugal venceu a perigosa Líbia por 5×1 e, liderados por seu pivô Cardinal, começaram bem a competição.

A Itália, tradicionalmente recheada de brasileiros (nesta edição são sete), estreou pelo grupo D com uma goleada de 9×1 sobre a Austrália, que lhe valeu a liderança da chave. Foram seis gols “brasilianos”, com destaque para o ala Saad. A Argentina, sempre competitiva, venceu por 5×1 o México e deve ser uma rival à altura dos italianos.

No grupo E, o mais fraco da competição, a República Tcheca venceu o Kuwait por 3 a 2 e a Sérvia fez 3 a 1 no Egito. Os tchecos e os sérvios devem se destacar na chave, mas dificilmente irão longe na competição.

Fechando a primeira rodada, pelo grupo F, a Rússia trucidou as Ilhas Salomão por 16×0, com dez gols de brasileiros naturalizados: Sirilo, Éder Lima (7), Pula e Robinho. As Ilhas Salomão saíram no lucro pois em 2008, no mundial do Brasil, apanharam de 31×2 para os russos. Mesmo assim os outros integrantes do grupo que se cuidem. Aliás, no outro jogo do grupo, a Guatemala venceu a Colômbia por 5 a 2.

Com legião brasileira afiada, Itália goleia a Austrália. FOTO: Getty Images/Fifa

Brasil joga bem na defesa e vence Japão por 4×1. FOTO: Getty Images/Fifa

Portugal estreia bem e vence a Líbia. FOTO: Getty Images/Fifa

Em jogo equilibrado, Espanha sede empate ao Irão. FOTO: Getty Images/Fifa

Rússia massacra Ilhas Salomão com show do brasileiro Éder Lima. FOTO: Getty Images/Fifa

Guia da Champions League – Atual campeão Chelsea, tem Juventus e Shakhtar na briga pelo grupo E

Depois de anos na disputa, o Chelsea finalmente conseguiu o título da Champions na última temporada. A equipe iniciou uma reformulação que já mostra resultados e mais uma vez entra como favorita ao título. O Shakhtar Donetsky mais uma vez está na disputa, mas tem a poderosa Juventus como rival pela segunda vaga no grupo. O caçula Nordsjälland, da Noruega, tem como grande atração o filho do lendário Michael Laudrup, Andreas, mas não deve ter chances de se classificar à próxima fase.

CHELSEA

Eden Hazard é o nome do “novo” Chelsea

Histórico: 11 participações

Melhor colocação: Campeão 2011/2012

Última participação: Campeão 2011/2012

Como se classificou: Atual Campeão da Champions League

Craque: Eden Hazard

Time base: Cech, Azpilicueta, Terry, David Luiz e Ashley Cole; Mikel, Lampard, Ramires, Mata e Hazard; Fernando Torres. Técnico: Roberto Di Matteo.

SHAKHTAR DONETSKY

Willian é um dos nomes brasileiros do Shakhtar

Histórico: 12 participações

Melhor colocação: Quartas de final 2010/2011

Última participação: Fase de Grupos 2011/2012

Como se classificou: Campeão Ucraniano

Craque: William

Time base: Pyatov; Srna, Raktisky, Chrygrynskiy, Shevuk (Rat); Hübschman, Fernandinho, Alex Teixeira, Mkhitaryan, Willian; Devic (Luiz Adriano). Técnico: Mircea Lucescu.

JUVENTUS

Pirlo é o grande maestro da Juventus

Histórico: 26 participações

Melhor colocação: Campeã 1984/1985 e 1995/1996

Última participação: Fase de Grupos 2009/2010

Como se classificou: Campeã Italiana

Craque: Pirlo

Time base: Buffon; Lúcio (Bonucci) Barzagli e Chiellini; Lichsteiner (Isla), Pirlo, Vidal, Marchisio e Asamoah; Vucinic e Bendtner (Matri) Técnico: Antonio Conte.

NORDSJÄLLAND

Andreas Laudrup carrega a responsabilidade embutida no nome do pai Michael Foto: Uefa.com

Histórico: Primeira participação

Como se classificou: Campeão dinamarquês

Craque: Andreas Laudrup

Time base: Jesper; Parkhurst, Okore, Runje, Mtiliga; Adu, Stokholm, Lorentzen (Laudrup) Christensen e John; Lawan Técnico: Kasper Hjulmand.

PALPITES

Bruno Santos: 1º – Chelsea | 2º – Juventus | 3º – Shakhtar Donetsky | 4º – Nordsjälland

Círio Oliveira: 1º – Chelsea | 2º – Juventus  | 3º – Shakhtar Donetsky  | 4º – Nordsjälland

Glauber Maia: 1º – Chelsea | 2º – Juventus  | 3º – Shakhtar Donetsky  | 4º – Nordsjälland

O legado da Euro 2012

Ao final de uma competição, a primeira coisa que fica são os resultados que, afinal de contas, ficam paras os livros e almanaques. Daremos destaque a eles, mas antes de tudo, trataremos de algo maior: o legado a Eurocopa deixou para o futebol europeu e mundial. O que ela deixou de bom para os países sedes? Houve algo de novo nas seleções? O que esperar para o futuro?

Falando primeiro das sedes, Ucrânia e Polônia encararam um desafio enorme e, num contexto geral, se saíram muito bem. Para duas economias pouco expressivas de um continente em crise financeira, os gastos de 553 milhões de reais em média para cada arena, sem dúvida geraram protestos. Entretanto o evento já foi muito marcante do ponto de vista político, por inserir uma grande competição no leste europeu. Apesar da euforia dos donos da casa, as anfitriãs não passaram à segunda fase. Isso já era cogitado pela fragilidade das seleções da Ucrânia e da Polônia. Porém os poloneses deixaram boa impressão, e apesar de serem a seleção com pior ranqueamento entre as que participaram da competição, alguns jogadores mostraram potencial pela seleção, casos de Lewandowski e Blaszczykowski, que jogam juntos no Borussia Dortmund, e fizeram uma bela Euro. Já a Ucrânia, que teve sua classificação prejudicada pelo erro de arbitragem na partida contra a Inglaterra, teve como destaque Shevchenko, que realizou o seu sonho, ao jogar uma Eurocopa pela Ucrânia em casa. Não só realizou o dele, mas o sonho de um povo que viu o seu ídolo marcar os dois gols na única vitória da sua equipe na competição. O momento merece a lembrança, pois deve ficar marcado na história do futebol ucraniano.

Fora de campo, o racismo manchou a competição, mostrando que a intolerância no leste europeu ainda possui raízes sólidas. As brigas entre russos e poloneses também levaram a competição para as páginas policiais. O bom exemplo veio dos beberrões irlandeses que fizeram festa mesmo com as três derrotas de sua seleção.

Algumas seleções deixaram a impressão de terem ido a passeio. O vexame holandês e a inesperada eliminação russa na primeira fase foram as grandes surpresas do torneio. Os países do leste europeu ainda mostram um futebol um pouco atrasado em relação aos demais, sendo que seu principal representante, a Rep. Tcheca, mostrou uma queda na qualidade técnica em relação a outras gerações, como a de Nedved. Jogadores de futuro como Madzukic e Modric deixam claro que a Croácia é uma seleção para se ter atenção no futuro.

A Euro 2012 ficou marcada por novidades e por alguns fatores já recorrentes. Vimos surgir grandes revelações como Jordi Alba, da Espanha, e Dzagoev, da Rússia. A revolução do futebol italiano é uma boa nova, já que uma seleção marcada historicamente por defesas sólidas com nomes como Gentili, Baresi e Maldini, foi a seleção que passou a jogar com a bola nos pés, com habilidade e ofensividade que não se via anteriormente. A campanha alemã mais uma vez foi marcada por uma eliminação nas semifinais, e a terceira colocação. Com uma geração ultra talentosa, essa seleção germânica ainda não se mostrou preparada para o título. Com derrotas nas semifinais das duas últimas copas, e na final da Euro 2008, a geração de Scheweinsteiger e cia ainda precisa de um algo mais para ser campeã. Ingleses e franceses começam uma tímida renovação, mas ainda não tem muito o que comemorar. Cristiano Ronaldo foi um capítulo a parte. Começou mal, mas depois da partida contra a Holanda passou a ser decisivo e a comandar a seleção lusa às semifinais. Em sua carreira, ele já disputou três Euros. Em 2004, em casa, como a promessa, em 2008 como a esperança e este ano procurou a redenção. Foi muito bem, mas encontrou uma super Espanha no caminho.

Da Espanha não temos muito o que falar, pois todos os elogios foram feitos após a épica partida contra a Itália, na decisão da Euro. Mas talvez esteja ai o maior legado da competição. Numa temporada em que, até então, o futebol defensivo, onde não deixar jogar e explorar os contra-ataques velozes, vinha se sobressaindo (veja os títulos do Chelsea na Champions e do Corinthians na Libertadores) a Espanha deu o seu recado. É possível aliar eficiência na marcação, qualidade no toque de bola e resultado no mesmo time. E as vezes jogar o futebol arte. A Espanha mostra ao Brasil o que nossa seleção parece ter esquecido. Hoje a Fúria é o sopro do bom futebol, que ainda tenta valorizar a técnica e a habilidade, ao invés de esquemas táticos e o anti-jogo. Ela faz o que a Holanda de Crujff fez na década de 70, porém com títulos. Ela é o presente e talvez seja uma amostra de como será o futuro.

Foi uma ótima competição, melhor até do que a mediana Copa do Mundo de 2010. Duelos táticos, como o de Itália e Alemanha; seleções mais preparadas fisicamente; gols épicos, como os de Ibrahimovic e Balotelli; e a supremacia do melhor futebol fizeram dessa Eurocopa um grande evento. O futebol agradece.

Para encerrar a cobertura da Euro 2012 escalamos nossa seleção com aqueles que, segundo nossos olhares, foram os maiores destaques da competição. Até a próxima Euro!

Rooney estreia com gol decisivo e classifica a Inglaterra em primeiro

Decisivo em sua estréia na Euro 2012, Wayne Rooney marcou o gol da vitória da Inglaterra contra a Ucrânia por 1 x 0, e garantiu a classificação inglesa como primeiro colocado do grupo D.

A Ucrânia, contando com apoio maciço do seu torcedor, começou o jogo tomando o controle do embate, mantendo a posse de bola e criando boas oportunidades ofensivas. A Inglaterra tinha dificuldades para jogar, tanto que criou sua primeira oportunidade de gol aos 28 minutos, em cabeçada errada de Rooney após cruzamento de Ashley Young.

Pouco depois do susto, a Ucrânia criou mais uma boa chances com Yarmolenko, que passou por Lescott e chutou para boa defesa de Hart.

A Inglaterra voltou melhor para a segunda etapa, e conseguiu marcar logo aos dois minutos com o estreante da noite. Steven Gerrard, fez grande jogada pela direita e cruzou, o goleiro Pyatov não cortou e a bola sobrou limpa para Rooney cabecear para as redes.

A Ucrânia partiu para cima, pois precisava da virada para continuar na competição, e aos 15 minutos criou o lance mais controverso do jogo. Milevskiy recebeu ótimo lançamento, em impedimento, passou par Devic, que invadiu a área e tocou para o gol. John Terry conseguiu tirar a bola, porém ela já havia ultrapassado a linha do gol.

No mesmo lance, a arbitragem errou por duas vezes. Primeiro ao não marcar o impedimento no início do lance, depois por não observar que a bola havia ultrapassado a linha de gol. O lance gerou reclamação no banco ucraniano, e levou o técnico Oleg Blokhin a reclamar seguidas vezes com o quarto árbitro. Lances como esse nos fazem repensar a utilidade do auxiliar de arbitragem que se coloca na linha de fundo, pois nesse caso ele tinha ampla visão do lance decisivo (a entrada da bola no gol) e não auxiliou o árbitro devidamente.

O astro Andriy Shevchenko entrou em campo aos 24 minutos, mas não teve o mesmo brilho da primeira rodada, e só não passou despercebido por ter recebido um cartão amarelo. A Ucrânia ainda teve outra chance com  Konoplyanka aos 28 minutos, em chute de longa distância, mas Hart defendeu.

Com o resultado, os donos da casa perderam a chance de se classificar e continuar a festa da torcida local. Já a Inglaterra foi contra todos os prognósticos, e se classificou em primeiro lugar do grupo. Com a definição de Roy Hodgson como treinador a poucas semanas da Euro, as seguidas lesões no período de preparação, a ausência de Rooney nas duas primeiras rodadas e a pressão pela falta de títulos, o resultado, até agora, é satisfatório para o english team, mas a torcida inglesa pode começar a sonhar com voos maiores nesta Euro.

A Inglaterra, sempre favorita, que agora que chega como zebra, talvez possa fazer a melhor campanha de sua história na Euro. Com uma defesa sólida, um ataque eficiente e um time calejado por outras eliminações, talvez esse seja o momento certo para a quebra do jejum que se arrasta desde 1966.

Ingleses comemoram o triunfo. Foto: Getty Images

Jovem ucraniano chora a desclassificação. Foto: Getty Images

Shevchenko não conseguiu repetir a boa atuação da estréia. Foto: Getty Images

Rooney aproveita vacilo da defesa para marcar. Foto: Getty Images

Rooney tem grande chance no primeiro tempo. Foto: Getty Images

INGLATERRA 1 x 0 UCRÂNIA

Inglaterra: Hart, Johnson, Terry, Lescott e Cole; Gerrard, Young, Milner (Walcott), Parker, Rooney (Chamberlain); Welbeck (Carroll). Téc: Roy Hodgson

Ucrânia: Pyatov, Selin, Rakitskiy, Tymoshchuk e Khacheridi; Garmash (Nazarenko), Gusev, Yarmolenko, Konoplyanka; Milevskiy (Butko), Devic (Shevchenko). Téc: Oleh Blokhin

Gol: Rooney, aos 2 minutos do segundo tempo.

Amarelos: Gerrard e Cole (Inglaterra); Tymoshchuk e Shevchenko (Ucrânia)

Árbitro:Viktor Kassai (HUN) Auxiliares:Gabor Erös (HUN) e György Ring (HUN)

Local: Donbass Arena, em Donetsk (Ucrânia)

França vence e fica com um pé da segunda fase

A França derrotou a Ucrânia por 2 x 0, jogando em Donetsk, e praticamente assegurou a sua participação na segunda fase da Euro 2012.

Após o apito inicial, as equipes jogaram por apenas cinco minutos até que o  árbitro holandês Björn Kuipers paralisasse  a partida devido à tempestade com raios e trovões que tomou a cidade de Donetsk.

Após 55 minutos de paralisação, a partida foi retomada, mas o espetáculo ficou prejudicado. Com um primeiro tempo muito brigado, com o jogo preso no meio campo, as melhores chances vieram da parte dos franceses. A primeira aos 28 com Ménez, após cruzamento de Ribéry, que terminou com defesa de Pyatov. A segunda veio aos 38, em cabeçada de Mexes, completando cobrança de falta de Nasri, para outra grande defesa do goleiro ucraniano.

Os franceses voltaram melhor para a segunda etapa e conseguiram marcar logo aos seis minutos, em ataque puxado por Ribéry, que passou por Benzema e terminou com a finalização de Ménez. Quatro minutos depois, em outro contra-ataque,desta vez finalizado por Cabaye, os franceses ampliaram o marcador.

Após sofrer os gols, a Ucrânia tentou jogar ofensivamente, e os franceses passaram a se defender. Aos 19 minutos, Cabaye acertou a trave ucraniana, e foi o último lance de perigo no jogo.

Com a vitória, a França somou quatro pontos e agora enfrenta a Suécia na última rodada. Caso vença, os franceses poderão passar em primeiro, mas o empate já é suficiente para a classificação, já que Ucrânia e Inglaterra se enfrentam na última rodada.

Para a Ucrânia, uma vitória sobre a Inglaterra garante a classificação dos donos da casa para a segunda fase.

O árbitro paralisou a partida logo aos 5 minutos. Foto: AFP/Getty Images

Pyatov fez grandes defesas no jogo. Foto: Getty Images

Cabaye amplia o marcador. Foto: Getty Images

Ménez abre o placar para a França. Foto: Getty Images

UCRÂNIA 0 x 2 FRANÇA

Ucrânia: Pyatov; Selin, Khacheridi e Mikhalik; Tymoshchuk, Gusev, Yarmolenko (Aliyev), Nazarenko (MIleviskiy) e Konoplyanka; Shevchenko e Voronin (Devic). Téc: Oleg Blokhin

França: Lloris; Debuchy, Rami, Mexès e Clichy; Cabaye (M’Vila), Ribéry, Nasri, Ménez (Martin) e A. Diarra; Benzema (Giroud). Téc: Laurent Blanc

Gols: Ménez, aos seis minutos do segundo tempo; Cabaye, aos dez minutos do segundo tempo.

Amarelos: Selin, Tymoshchuk (UCR); Debuchy, Mexés, Ménez (FRA)

Árbitro: Björn Kuipers (HOL) Auxiliares: Sander van Roekel (HOL) e Erwin Zeinstra (HOL)

Estádio: Donbass Arena, Donetsk (Ucrânia)

Shevchenko decide e Ucrânia vence a Suécia

Os torcedores Ucranianos jamais irão se esquecer deste dia 11 de Junho de 2012. Em sua estréia em Eurocopas, jogando em casa, aUcrânia venceu a Suécia  de virada, por 2 x 1, com dois gols do maior ídolo do futebol local, o veterano de 35 anos, Andriy Shevchenko.

O jogo começou tenso, com a Ucrânia tendo maior posse de bola, porém sem conseguir penetrar na defesa Sueca. Curiosamente, os suecos criaram a primeira boa oportunidade de gol, em um cruzamento de Ibrahimovic para Rosenberg, que foi cortado pelo goleiro Pyatov. Os ucranianos responderam com Shevchenko, que recebeu a bola dentro da área mas chutou para fora. Em outro lance, Shevchenko e Voronin arremataram para a meta sueca, mas ambas as oportunidades foram salvas pelo goleiro Isaksson.

Na segunda etapa, a Suécia abriu o placar loco aos seis minutos com Ibrahimovic, que recebeu passe na pequena área e teve só o trabalho de empurrar para as redes.

A Ucrânia não se intimidou e, três minutos depois, Shevchenko completou cruzamento de cabeça para empatar a partida e levar o Estádio Olímpico de Kiev ao delírio. Mas a história ainda não havia sido completada. Aos dezesseis minutos, após cobrança de escanteio, Shevchenko marcou seu segundo gol na partida, virando o jogo para os donos da casa, e mais uma vez enlouquecendo os fãs por todo o país.

Após a virada, a Suécia sentiu o duro golpe, e só foi se recompor aos trinta minutos, quando Ibrahimovic chutou de longe para a defesa do goleiro ucraniano. No fim do jogo, Ibrahimovic passou para Elmander que perdeu a última chance sueca.

Shevchenko foi substituido aos 35 minutos da etapa final e foi ovacionado pelo estádio, que reconheceu o feito de seu ídolo.

Com a vitória a Ucrânia lidera o Grupo D, mas tem pela frente dois confrontos duríssimos contra França e Inglaterra, que são adversários muito mais qualificados que a Suécia. A chance ucraniana é o fator casa, que poder ser uma esperança para uma vaga na segunda fase. Já para os Suecos, a situação se complica, pois mesmo com bons jogadores no setor ofensivo, falta um pouco mais de frieza nos momentos crucias do jogo, fator que decretou a derrota na partida de hoje.

Shevchenko marca o gol de empate (Getty Images)

Shevchenko vira o jogo (Getty Images)

Ibrahimovic abre o placar (AFP/Getty Images)

UCRÂNIA 2 X 1 SUÉCIA

UCRÂNIA: Pyatov, Husyev, Khacheridi, Mykhalik e Selin; Timoschchuk, Nazarenko, Konoplyanka (Dević) e Yarmolenko; Voronin (Rotan) e Shevchenko (Milevskiy). Téc: Oleg Blokhin

SUÉCIA: Isaksson, Lustig, Mellberg, Granqvist e Martin Olsson; Elm, Kallstrom, Larsson (Wilhelmsson), Ibrahimovic e Toivonen (Svensson); Rosenberg (Elmander). Téc: Erik Hamrén.

Gols: Ibrahimovic aos seis do segundo tempo e Shevchenko aos nove e dezesseis

Amarelos: Kallstrom (Suécia)

Estádio: Estádio Olímpico de Kiev, Ucrânia

Vai começar a Eurocopa!

Press start, amigos! A Euro 2012 vai começar!

Sim senhores. A maior competição de seleções depois da Copa do Mundo começa nesta sexta, dia 08 de junho, com as melhores expectativas de espetáculo. Uma competição de nível alto, estrutura de primeira linha e que conta com cinco campeãs mundiais, a Euro 2012 vai agitar Polônia e Ucrânia, que recebem a competição que promete grande equilíbrio.

O auge do futebol no velho continente, que a cada quatro anos elege sua melhor seleção, a competição deste ano começa daqui a pouco, as 13h (horário de Brasília) no Estádio Nacional de Varsóvia, com a anfitriã Polônia enfrentando a Grécia, maior zebra da história da competição, campeã 2004. Às 15:45h, fechando a rodada do Grupo A, Rússia e Rep. Tcheca se enfrentam em Breslávia, também na Polônia.

Junto com a Euro 2012, começa também este blog, que pretende levar a vocês informações, curiosidades e opiniões sobre diversos esportes. Fique conosco e press start!

Estádio Nacional de Varsóvia, palco da abertura. Foto: Marcos Felipe (globoesporte.com)