Ao final de cada temporada da NHL, é distribuído uma gama de prêmios a jogadores que se destacaram nos mais diversos fundamentos durante a competição. É sabido desde o início que os melhores são escolhidos levando em consideração apenas a temporada regular, ou seja: o cara pode destruir e carregar seu time até o título, mas se fizer isso apenas nos playoffs (onde a galera costuma se destacar mesmo), não ganhará nem menção honrosa. Isso explica a falta de jogadores do Los Angeles Kings na lista de premiados, como os Kings não fizeram um primor de temporada regular, mesmo fazendo uma pós-temporada histórica, ficaram a ver navios.
Os prêmios são muitos, e premiando aspectos um tanto estranhos aos olhos de quem, como nós, não está muito acostumado ás excentricidades da turma do Tio Sam, que gosta sempre de olhar sob uma ótica que ninguém mais olharia, tipo “jogador mais valioso para sua equipe”, ou “jogador com mais dedicação no gelo”…
Alguns prêmios levam nomes de ícones da história do Hockey, que fizeram história e colocaram o aspecto premiado em evidência.
Nickelback anima o NHL Awards 2012. FOTO: (NHL.com / Getty Images)
Evgeni Malkin (Do Pittsburgh Penguins), grande estrela da noite, com três premiações. FOTO: (NHL.com / Getty Images)
Seguem os premiados:
Hart Memorial Trophy (jogador mais valioso para sua equipe): Evgeni Malkin (Penguins)
Vezina Trophy (Melhor goleiro): Henrik Lundqvist (Rangers)
James Norris Memorial Trophy (Melhor defensor): Erik Karlsson (Senators)
Calder Memorial Trophy (Melhor novato): Gabriel Landeskog (Avalanche)
Lady Byng Memorial Trophy (jogador com o melhor espírito esportivo): Brian Campbell (Panthers)
Frank J. Selke Trophy (atacante que melhor atuou defensivamente): Patrice Bergeron (Bruins)
Jack Adams Award (Melhor treinador): Ken Hitchcock (Blues)
Bill Masterton Memorial Trophy (jogador com mais dedicação no gelo): Max Pacioretty (Canadiens)
Ted Lindsay Award (jogador mais espetacular): Evgeni Malkin (Penguins)
Bridgestone Messier Leadership Award (melhor líder): Shane Doan (Coyotes)
NHL Foundation Award (jogador com mais dedicação no hockey fora do gelo): Mike Fisher (Predators)
General Manager of the Year (Melhor gerente geral – presidente de time – do ano): Doug Armstrong (Blues)
Maurice Richard Trophy (artilheiro): Steven Stamkos (Lightning)
Art Ross Trophy (maior pontuador): Evgeni Malkin (Penguins)
William M. Jennings Trophy (goleiro que menos tomou gol): Brian Elliott / Jaroslav Halak (Blues)
No último post foi dito que a comemoraçãoem Los Angelesapós a vitória dos Kings seria longa e acima de tudo, desenfreada. Por todos os motivos explanados no primeiro texto sobre a NHL do Start Sports, a turma do Los Angeles Kings aproveitou de maneira exemplar o título brilhantemente conquistado. Foram muitas entrevistas na TV americana, festa para os jogadores e torcedores que não faziam cerimônia para esconder a alegria de levantar a Stanley Cup e até uma visita ao Dodgers Stadium, antes de começar a partida de Baseball entre Angels e Dodgers, ovacionados pela torcida e fazendo os primeiros arremessos do jogo.
Mas o ponto alto da comemoração do título conquistado segunda-feira (11/06) à noite, se deu na quinta-feira (14/06). Isso mesmo! Três dias depois da vitória que selou o título da NHL, aconteceu a grande festa de torcedores e jogadores. A “Black Parade”, como ficou conhecido o grande desfile dos campeões, começou no centro de Los Angeles e terminou no Staples Center, um percurso de 1,6km, que foi transformado numa explosão alegria.
Sete ônibus levaram em seus tetos os campeões pelas ruas da cidade, para serem saudados por milhares de fãs que exaltavam a belíssima campanha da equipe na NHL. No “busão” central da festa era levado o Troféu, na companhia de Dustin Brown (capitão do time), Matt Greene e Anze Kopitar, destaques do time na campanha vitoriosa.
A festa era tão grande e abrangente que até a turma do cinema resolveu comemorar, figuras ilustríssimas como Darth Vader e o Homem Aranha, ambos muito bem caracterizados de preto prata (cores dos Kings), caíram na festa e fizeram questão de valorizar os campeões!
Na última quarta-feira (20/06), dois importantes acontecimentos para a NHL se realizaram: o NHL Awards 2012 e o Draft. O primeiro é a premiação aos melhores da temporada individualmente, é prêmio pra mais de metro que é distribuído (como todos os esportes americanos e suas estatísticas, algumas facetas chegam a ser estranhíssimas), a festa ocorre na noite de quarta-feira e será animada pela banda Nikcelback. O Draft, como nos outros esportes do Tio Sam, é a rodada de escolha de reforços dos times para a próxima temporada. Não demora, tem post explicando tin-tin por tin-tin sobre os dois eventos!
Torcedores e a festa dos campeões. Foto: Reuters
Kings, Dodgers e Angels no Dodger Stadium posam para foto. Foto: UOL.com
Desfile em carro aberto dos Campeões.Foto: Reuters
Darth Vader e Homem Aranha comemoram o título dos Kings. Foto: Agência AFP
Essa foi mais uma colaboração bem fundamentada do Glauber Maia.
Jogo de Stanley Cup sempre é uma grande festa. Lasers, luzes, personalidades na arquibancada, torcida participando ativamente do jogo, cantores de renome cantando o hino (No caso específico de ontem, Pia Toscano, participante do American Idol, cantou o hino americano, visto que só haviam times dos EUA disputando a final) e claro, grandes jogadores dentro da pista.
Apesar de o Hóquei no gelo ser um esporte genuinamente de locais gelados, o campeão da NHL saiu da ensolarada Califórnia, precisamente de Los Angeles, perto do deserto, com seus astros do cinema, craques do basquete e rappers gastando tudo o que têm e o que não têm. Parece estranho, mas tem time da NHL em Miami, Dallas e outras cidades onde nunca caiu um floco sequer de neve…
Era o jogo 6 da série, e o tiroteio estava em 3×2 para os Kings. Estes abriram de cara 3×0 na bagaça; inclusive com duas vitórias seguidas em New York (casa do New Jersey Devils). Os nova-iorquinos buscaram bravamente duas vitórias e tentavam a recuperação das possibilidades de título, além de uma lavada na honra no caso do provável título dos Kings.
O time de Los Angeles dominou amplamente as ações durante o jogo: dominavam o puck, tinham volume de jogo, criavam chances, mas o gol demorou um pouquinho a sair. Teve inclusive Power-Play (punição quando há infração, em que o infrator fica por 2min fora de jogo e seu time permanece este tempo com um jogador a menos na pista, ou até que o time com a vantagem faça um gol), e mesmo assim não deu em nada.
Até que aconteceu o lance que seria decisivo para a partida: Scuderi, dos Kings, recebeu um hit violentíssimo de Bernier, que foi expulso e os Devils, punidos com um Major Penalty. Neste tipo de punição, o time fica com 1 jogador a menos por 5min necessariamente, independente de sofrer gol ou não. Tanto é que durante estes 5min, os Kings fizeram 3 gols e praticamente já liquidaram a partida, apesar de ainda faltar 5min para o final do 1º período. Os gols foram anotados pelo capitão do time, Brown, Carter desviando um tiro de Brown e por Lewis.
No intervalo do 1º para o 2º períodos, o Staples Center já era pura festa, que aumentou ainda mais quando os Kings ampliaram o placar para 4×0 de novo com Carter, ainda no segundo minuto jogado no 2º período. A partir daí, os Kings começaram a administrar o jogo, já que os Devils não conseguiam se organizar, mostravam nervosismo cometendo infrações atrás de infrações e sem levar muito perigo ao gol defendido por Quick, jovem goleiro dos Kings que mostrou uma grande capacidade e projetou um ótimo futuro durante a pós-temporada.
Já no finalzinho deste 2º período, Henrique descontou para os Devils, o que não dava muitas esperanças, mas quando menos se esperava, Penner (dos Kings) comete infração e é punido com um PowerPlay, a ser cumprido em quase sua totalidade já no 3º período.
Era a chance de ouro dos Devils de tentar levar a decisão até quarta-feira, em seus domínios, num quase impensável jogo 7 na Stanley Cup. Mas como o dia não era do time do leste dos EUA, eles não conseguiram diminuir o marcador durante a penalidade, o que minou todas as forças do time vermelho. Já sofrendo muito com a falta de controle emocional de seus jogadores, o desânimo e o cansaço ajudaram a afundar ainda mais os Devils. O título dos Kings era apenas uma formalidade de esperar os 16 ou 17min que ainda restavam de puck rodando.
Bem no finalzinho do jogo, com os Devils desesperados e os jogadores dos Kings já olhando uns para os outros com sorrisos abertos por trás de seus capacetes, veio o golpe de misericórdia. Com dois gols relâmpago, Lewis e Greene aumentaram o marcador para 6×1, liquidando a fatura e eliminando qualquer possibilidade de apelação ou choradeira de todos os adversários que foram batidos até ali.
O Los Angeles Kings sagraram-se campeões da Stanley Cup após 42 anos de espera, desde sua fundação. Sem sombra de dúvidas, o time que demonstrou o maior equilíbrio, o melhor Hóquei e uma enorme capacidade de se superar. Classificaram em 8º de sua conferência na temporada regular (o último classificado, meio que na “bacia das almas”, visto que andou vacilando nas últimas rodadas). De cara pegou o 1º colocado da conferência, o Vancouver Canucks, 4×1 sem chances para o melhor time da temporada regular. Depois vieram os Phoenix Coyotes, 2º colocado da conferência e simplesmente varreram os caras (varrer num play-off é sapecar 4×0 na série sem dó nem piedade). Como se não bastasse, ainda pegaram o St. Louis Blues na final da conferência, o time então sensação da NHL, que também vinha de grande campanha na pós-temporada, e mais um 4×1 para liquidar a fatura e mostrar que estavam prontos para levantar o Stanley Cup Trophy.
A partida marcou o encontro épico de dois goleiros: Quick, dos Kings, apesar da pouca idade e do momento ruim em que o time de Los Angeles caiu de pára-quedas nos play-offs, fechou o gol, mostrou que tem talento pra dar e vender; quebrou o recorde de melhor goleiro da história da pós-temporada da NHL, com espantosos 94% de aproveitamento dos tiros desferidos contra seu gol. Por essas e por todas que ele foi escolhido, com absoluta justiça, o MVP dos playoffs (o melhor jogador da pós-temporada da NHL).
Já para Martin Brodeur, goleiro dos Devils, lenda viva do Hóquei, um dos melhores goleiros da história do esporte, com 3 Stanley Cups na bagagem, pode ter sido o encerramento de sua carreira de uma maneira um tanto quanto, amarga. Um goleiro que, apesar de ter tomado 6 gols em sua última partida, ficará marcado eternamente no hall dos grandes nomes que fizeram e fazem do Hóquei um esporte fascinante.
Depois de toda a epopeia da NHL 11/12, Dustin Brown, capitão do Los Angeles Kings, ergue a taça mais cobiçada entre os times de Hóquei no mundo, fazendo a festa diante de sua torcida que pelo demonstrado dentro do Staples Center, comemorará como nunca esse título tão esperado. Só para situar, o maior rival dos Kings, o Anahein Ducks (time criado após o imenso sucesso do Filme dos Super Patos, nos anos 90) tem um quarto de sua idade e já tinham ganhado a Stanley Cup em uma oportunidade, recentemente, na temporada 06/07). Imaginem como é ganhar um título que os torcedores rivais esfregam com todo o gosto em nossas caras… Ao que me parece, esta noite foi curtíssima pelos lados de Los Angeles.
Hoje, devido à especialidade do momento, o texto foi longo e de certa forma até confuso, diante da mistura dos fatos ocorridos com explanações sobre a regra e coisas do tipo. Com mais calma, falaremos mais sobre o esporte; regras, curiosidades, estatísticas e tudo o mais que interessar ao leitor será devidamente demonstrado.
Por hora, deixamos as mais sinceras congratulações ao Los Angeles Kings, legítimo e grande campeão da Stanley Cup temporada 11/12.
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