O último domingo, dia 16/12/12, jamais será esquecido por nenhum corintiano. O time da Fiel foi campeão mundial de clubes ao derrotar o Chelsea por 1×0, gol do talismã Paolo Guerrero, chegando ao ponto mais alto de sua tradicional história. Naquele que foi o capítulo mais bonito da história do time, intitulado de “A invasão corintiana ao Japão”, o time paulista ganhou o mundo, com direito ao segundo maior público das decisões do mundiais (5º se levarmos em consideração o “Mundial” do Brasil em 2000), 68.265 espectadores, na sua grande maioria corintianos.
Mais do que o título, o Corinthians será o assunto do post. Como não temos nenhum corintiano na equipe do blog e, até por isso, pretendemos fazer a mais isenta das análises. Para isso, temos que deixar claro que não gostamos do Corinthians. Isso não nos faz diferente da imensa maioria dos torcedores brasileiros que não torcem para o time do Parque São Jorge. Na verdade, o que nos difere é sermos capazes de enxergar os méritos do time, mesmo que tenhamos torcido muito contra. E muito mesmo.
O Corinthians mereceu o título mundial, assim como mereceu a Libertadores. Ganhou com aplicação tática e com uma doação por parte dos jogadores – coisa rara hoje em dia. O time não se distanciou do seu objetivo em momento algum nessa caminhada e isso foi o principal fator para que o time tivesse o maior ano de sua história. Soube de suas limitações e se aplicou em minimizá-las e, abdicou do bom futebol em prol do futebol eficiente. Acertou três chutes a gol nas duas partidas do Mundial, fez dois gols e foi campeão. Contou com Cássio, que se firmou como herói corintiano ao lado de Paolo Guerrero, decisivo como Emerson fora na Libertadores. Contou com a torcida, que fez dos estádios do Japão a casa do Corinthians. E enfrentou um o Chelsea que não era o rival mais qualificado da Europa, mas que ainda assim deu muitíssimo trabalho. A verdade é que foi do jeito que o corintiano gosta e num ano em que de quebra, o Palmeiras foi rebaixado. Ser alviverde em Sampa deve ser um verdadeiro suplício nos dias de hoje.
Foi merecido, apesar de não precisarmos passar o resto da vida sendo lembrados pela mídia bairrista disso. Aliás, foi o cenárioque essa mídia sempre quis. Temos sido afogados em um incessante e irritante júbilo ao título tão importante quanto os conquistados anteriormente por Santos, São Paulo, Grêmio, Inter e Flamengo. Nem mais nem menos importante, porém com uma cobertura assustadoramente maior que os demais. Será que isso é só pela audiência? Enfim, deixemos isso de lado. Se formos relevar tudo o que existe de dúbio e nebuloso em relação ao Corinthians, principalmente nos últimos 20 anos, escreveríamos um livro.
O que queremos deixar com este post é que Corinthians provou que consegue ser campeão dentro de campo, sem fazer uso dos artifícios duvidosos e de “parcerias” especialmente providenciais, que trazem para dentro de campo vantagens que fazem toda a diferença na hora da competição. Talvez se o Corinthians voltasse a ser o Timão da Fiel e resgatasse o espírito da “Democracia Corintiana” de Sócrates, ele deixasse de ser o time mais odiado do Brasil. Talvez não existiriam mais vídeos como o que segue abaixo.
Não podemos provar nada, mas podemos nos guardar o direito de duvidar e de não gostar de um time que, infelizmente, não inspira confiança. Enfim, parabéns ao Corinthians. Parabéns ao bando de loucos. Mas nada muda em relação à imagem da equipe.